Florência flor da manhã (Milonga)
Letra: Edilberto Teixeira (in memorian)
Música: Juliano Moreno
Todo o dia a flor se abre
Como um riso de menina,
E bebe a tépida neblina
Da manhã clara e outonal.
Vai assim desabrochando
Quando o sol vai clareando
Dissipando o serenal.
Todo o dia espera o sol
Pra se abrir de vagarinho...
Não tem mágoa nem espinhos
Pra ferir as mãos de alguém.
Não é assim que nem Florência
Que viveu sem ter querência
E não se abriu nunca a ninguém.
Sabe apenas, lhe contaram,
Que em uma certa madrugada,
Essa flor foi machucada
Pelos espinhos do amor.
Como a flor que assim se abre,
Só a Florência ainda não sabe
Porque deixou de ser flor.
O seu mimo quando é dado
Com a maior boa vontade,
Tem o aroma e a liberdade
Que povoam muitas léguas.
Como uma estrela em noite mansa
Guarda a ultima lembrança.
Ter um filho das macegas.
Esta linda flor menina
Que não sabe madrugar,
Nunca mais vai se enfeitar
Como os lábios da Florência.
Com o seu jeito de matuta
Vai-se embora na garupa
E nunca mais vai ter querência.
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