MATO (Chamame)
Letra: Xirú Antunes e Adriano Alves
Música: Marcelo Oliveira
Toda memória da terra,
Guardada em seu interior,
Elementar condição
Aroma , raiz e flor.
Pediu ao choro da sanga
Pra melodiar seu silêncio;
E ao bordão preso ao juncal
Triste prelúdio de vento.
Que “beija” o incerto nas sombras
Pra revelar entre os galhos;
A viva intenção do sol
Que tece a imagem dos raios.
Que embalam sonhos pequenos
Por onde a vida passeia;
Da aranha que na ressaca
Refaz seu “rancho” de teia.
Ou a flor sobre o caudal
Que segue só seu caminho;
Deixando o caraguatá
“Chorando” a lança do espinho.
Abrigou o indianismo
Dos afilhados da terra,
Que tinham as mesmas almas,
Dos pastos e das macegas.
Foi semente,é pitanga,
Tarumã e corticeira,
Guabiju e corunilha,
Estradeando rios e sangas.
Eu também já fui mato,
Sei de ti pela razão
De sombrear novos rebentos
Pra seguir constelação.
No céu verde pampeano,
De charruas sementeiras
Ondulante pelos pastos
E passos da minha querência.
Terra e mato, folha e flor,
Aroma de rio descendo
Que foi sanga renascendo
Da pedra que a criou.
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