domingo, 8 de dezembro de 2013

Mato - 20ª Estância da Canção Gaúcha

MATO (Chamame)
Letra: Xirú Antunes e Adriano Alves
Música: Marcelo Oliveira

Toda memória da terra,
Guardada em seu interior,
Elementar condição
Aroma , raiz e flor.

Pediu ao choro da sanga
Pra melodiar seu silêncio;
E ao bordão preso ao juncal
Triste prelúdio de vento.

Que “beija” o incerto nas sombras
Pra revelar entre os galhos;
A viva intenção do sol
Que tece a imagem dos raios.

Que embalam sonhos pequenos
Por onde a vida passeia;
Da aranha que na ressaca
Refaz seu “rancho” de teia.

Ou a flor sobre o caudal
Que segue só seu caminho;
Deixando o caraguatá
“Chorando” a lança do espinho.

Abrigou o indianismo
Dos afilhados da terra,
Que tinham as mesmas almas,
Dos pastos e das macegas.

Foi  semente,é pitanga,
Tarumã e corticeira,
Guabiju e corunilha,
Estradeando rios e sangas.

Eu também já fui mato,
Sei de ti pela razão
De sombrear novos rebentos
Pra seguir constelação.

No céu verde pampeano,
De charruas sementeiras
Ondulante pelos pastos
E passos da minha querência.

Terra e mato, folha e flor,
Aroma de rio descendo
Que foi sanga renascendo
Da pedra que a criou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário